A espetacular destruição espacial de Abriss

Por muito tempo, os jogos focaram em questões literalmente construtivas, incentivando os jogadores a construir do zero, a erguer civilizações a partir das cinzas, a criar arte e impérios. Tudo o que temos a dizer é "pff!" e bufamos com desdém; pedimos o fim desse absoluto incentivo à positividade e à criatividade. Nós queremos ver destruição; destruição irresponsável, causada sem motivo claro além do desejo de destruir o que já existe, de esmagar a beleza. E, por isso, hoje saudamos Abriss, um jogo que cumpre essa gloriosa missão.

Sem parar pra pensar por que ele recebeu esse nome, Abriss é um jogo que tem como foco destruir enormes construções de ficção científica. Megaconstruções distópicas podem ser encontradas em enormes estaleiros, ou flutuando na infinidade do espaço, e todas elas precisam ser reduzidas a pedacinhos. Para fazer isso, você temporariamente constrói estruturas, dispositivos ou navios improvisados capazes de lançar bombas e, em seguida, faz com que colidam entre si com a maior força possível. Quanto mais partes da estrutura você destruir, maior será sua pontuação. E lembre-se: a aniquilação de elementos principais é necessária para passar de nível.

Destrua tudo

As coisas começam de forma bem simples; até um bebê poderia jogar. Você precisa construir uma pilha de blocos que vai cair ao ser exposta à gravidade. Empilhe-os, aperte o play e veja como a mágica da gravidade os faz cair… de preferência, em direção ao alvo que você está tentando destruir.

Os alvos são marcados por enormes orbes vermelhos brilhantes, que são explosivos por si só. Acerte-os para explodir os arredores da estrutura marcada por ele. Se você tiver sorte, ela pode ricochetear e atingir outro elemento explosivo, ocasionando uma reação em cadeia satisfatória. Se você tiver azar, precisará reiniciar o nível e ajustar seu design para que ele caia em um ângulo ligeiramente diferente.

Avanço tecnológico

Curiosamente, agora você ultrapassou os limites atuais da empreitada humana. Até agora, os seres humanos destruíram todas as estruturas espaciais apenas com a gravidade, deixando-as saírem da órbita para colidir com a atmosfera terrestre. Depois disso, ainda veio o método científico de torcer para que pedaços de uma antiga estação espacial não caiam na cabeça de ninguém. Não sei por que não estamos empilhando enormes blocos de ouro uns sobre os outros de forma precária e, depois, esperando que eles desabem sobre partes cruciais das nossas construções, como dá pra ver nos níveis iniciais, mas até isso é logo deixado para trás pela tecnologia disponível em Abriss.

O próximo passo são os Connectors (Conectores), que permitem que você una peças, transformando-as em designs mais deliberados, e você pode fixar articulações que permitem construir enormes Space Hammers (Martelos Espaciais). Em seguida, vêm as bombas, que são acionadas de acordo com a sua vontade após permitir que suas criações existam em uma linha do tempo linear, ou que explodem por conta própria se colidirem com força suficiente e voluntariamente em alguma coisa.

Logo você estará montando construções enormes com pilares rotativos, propulsão a foguete e lasers giratórios — tudo em nome dessa demolição insana. E quanto mais elementos você tiver à disposição, mais as possibilidades aumentam para alimentarem a sua imaginação.

Talvez você crie, de forma meticulosa, as construções mais eficientes e refinadas, visando atingir com precisão os pontos fracos de uma estrutura e finalmente usando seu diploma de engenharia da maneira certa. Ou você pode simplesmente colar algumas peças aleatoriamente, amarrar uns foguetes e ver o que acontece para, depois, apontar para sua própria habilidade premeditada quando, por acaso, ela se romper em duas partes que caem de forma aleatória e exata nos lugares certos. Parabéns, você merece reconhecimento.

Modus exitii

Além do modo Campaign (Campanha) principal, que oferece uma sequência de desafios a serem superados com ferramentas em desenvolvimento e dificuldade crescente, também há um modo Sandbox disponível. Ele pode ser usado para brincar com as ferramentas de destruição em massa disponíveis no jogo contra qualquer um de seus vários alvos personalizados — só pra ver o que você é capaz de aprontar. No entanto, o modo Sandbox também oferece uma maneira de criar seus próprios desafios e, depois, obrigar seus amigos ou familiares a experimentá-los.

Além disso, também temos o modo Endless (Infinito), que começa com um conjunto de equipamentos bem básico (apenas alguns blocos e conectores) e um monte de alvos para destruir. Destrua-os e novos alvos aparecerão, assim como geradores de peças que, fazendo jus ao nome, geram peças ao serem destruídos. Isso permite que você aumente seu arsenal, mas apenas até certo ponto, então você precisa levar em consideração a quantidade de peças que está usando em cada turno. É muito bom começar construindo uma enorme torre tombante, mas quando você ficar sem blocos verticais, será difícil obter outros.

Outro aspecto do modo Infinito é que não há como voltar atrás. Na Campanha, se o seu design não estiver funcionando, basta tocar no botão R duas vezes para voltar à sua construção. No modo Infinito, você pode apertar o R o quanto quiser, mas todas aquelas preciosas peças continuarão caindo inutilmente entre as duas torres que você queria destruir. É divertidamente cruel.

Documentando a destruição

Além de tudo, o jogo conta com um modo Photo (Foto) que se torna irresistível de usar quando tudo vai para os ares de forma espetacular. Também temos um modo de geração de GIFs para quem gosta de criar memes.

Sendo assim, finalmente seremos capazes de destruir impunemente. É claro que você pode optar pela forma mais difícil e desmontar estações espaciais de forma cuidadosa e sensata como em Hardspace: Shipbreaker (e é melhor escolher essa opção mesmo, porque é ótima), mas hoje é dia de optar pelo mais fácil — usar a bola de demolição. Na verdade, este jogo precisa de bolas de demolição. Alguém precisa criar esse DLC.